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sábado, 11 de agosto de 2012

Ah, Eduardo...

   
 É quase um desafio encontrar alguém que sinta a mesma coisa que você.

     Foi em um dia frio, no ponto de ônibus. Eu estava sem fé na vida, sem convicção no amor.
E aí, ah amor, você chegou. Desejando um bom dia alto e animado e sentando sorrateiramente ao meu lado. Não sei explicar o que aconteceu dentro de mim, só sei dizer que minhas pernas ficaram bambas e toda  aquela desesperança que eu tinha no amor e na vida, sumiram, em um passo de mágica.
    Meu amor, me apaixonei à primeira vista por você.
    Você fica falando, reclamando do teu ônibus que tanto demora e que vem cheio. Mas eu não presto atenção nas tuas palavras. Pelo contrário, eu estou entregue a um universo paralelo no qual você para de falar e me beija, assim, do nada mesmo e depois, nós ficamos juntos por um tempão, até nos casarmos e termos dois filhos lindos, com o teu rosto, e morarmos em alguma casinha afastada da cidade e com cerca branca. Eu sei, é loucura. Você nem sabe meu nome ainda...
    Meu sorriso que antes não existia, agora, está escancarado. Teu ônibus chega e eu nem importo qual o destino dele, mas entro contigo.
    Meu amor, deixa eu deitar minha cabeça nessa curva do teu ombro que parece que foi feita pra mim?
    Não digo tais palavras mas percebo que desde quando você se sentou, você me olha fixamente e eu finjo que não percebo que seus olhos ardem em mim.
    Amor, me dá um beijo?
    Coloco meus fones e ligo em alguma música que fale de amor e finjo que estou concentrada nela enquanto eu só consigo me concentrar no formato do teu rosto, do teu sorriso perfeito, do seus olhos escuros e de como eu gostaria de me afogar neles... e no teu corpo, também.
    E pelo canto dos olhos eu percebo que você sussurra: "Eu ainda não sei o seu nome!" e eu respondo com um sorriso no rosto: "É Victória!"
  Percebo que você sorri e repete o meu nome, e é naquele momento que eu percebo que você nasceu pra mim, mas não sabe disso ou se sabe, não demonstra. Enquanto eu penso se devo tomar uma atitude ou não, você se levanta e diz: "Ei Victória, boa sorte! Foi um prazer te conhecer! Beijos" e vai embora.
    Olho para o vidro e um borrão dá lugar ao que antes era você. Será que vou te ver de novo, Eduardo?
    Estou com saudades do que a gente poderia ter sido. Mas não foi...

Na sintonia de: Stop For A Minute - Keane 

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