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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Esquina do Céu Azul, aí vou eu!



   Eu vou embora. É isso aí.
   Vou aproveitar que o Chris saiu para trabalhar e vou juntar tudo e me mandar. Vou até o o quarto do Chris, quer dizer até o nosso quarto, quer dizer até o meu qu... ah, foda-se, você entendeu. Abro o armário e procuro uma mala grande embaixo da cama. Peraí, cade as malas? Ah, emprestei pro meu irmão e pra namorada viajarem. Legal. Vou batendo o pé até a cozinha e pego várias sacolinhas de mercado e é lá que eu coloco tudo o que é meu. Cosméticos (mais conhecidos como reboque de rosto), roupas, perfumes, sapatos e... opa! aquele cobertor de lã egípcia que a mãe do Chris está aqui! Vou levar! Eu sei que está fazendo 40 graus mas pode esfriar do nada e uma mulher precavida vale por duas. Foi um sufoco meter aquele cobertor dentro de uma sacola de super mercado mas Jesus é mais e ele coube. Em trezentas viagens, consegui levar todas sacolinhas para o meu carro velho. Escrevi uma carta dizendo pro Chris que tudo estava acabado e pra dizer que o problema não era eu e sim ele e dizer também para ele não ir atrás de mim pois eu ia pra bem longe. O meu bem longe é tipo nem-seu-sei-onde. Entro no carro, coloco Maroon 5 bem alto pra tocar e vou dirigindo sem rumo qualquer. Vou dirigindo e vejo uma placa velha de algum lugar chamado Esquina do Céu Azul. Meu Deus, isso existe aqui no Brasil? Enfim, com um nome tão fofo, deve ter um hotel fofo, pessoas fofas e quem sabe um novo namorado fofo. Olho pelo retrovisor e vejo um Citroen preto me seguindo e antes mesmo de ver a placa, já sei quem é.
     Chris.
     Eu vou é para cidadezinha de nome encantado. Dane-se o Chris. Não, eu vou voltar. Eu amo ele. Não, eu vou pisar no acelerador. Não! Vou parar.
     Paro no acostamento. Desço do carro parecendo uma demônia recém-saída do Inferno de tanto que eu estou bufando.
     - Chris, que parte do "Não. Venha. Atrás. De. Mim" que eu deixei em vermelho, negrito e sublinhado você não entendeu? - grito no meio da rua e percebo que um cara dentro de um carro vermelho que passava do meu lado se assusta com o meu grito e quase bate numa van escolar.
      - Meg, ah me entende! Te amo, gata. Volta pra nossa casa! Minha, quer dizer, nossa casa não é um lar sem você.
      - CALA BOCA, CHRIS! EU VOU TE MATAR SE VOCÊ CONTINUAR ME SEGUINDO! Eu sou perigosa com um... uma... uma chave de carro na mão!
      - Meg, se foi pelo o que eu disse ontem... me desculpa!
      - Eu nem lembro do que você disse! Fui embora porque tô cansada de você!
      Na verdade, eu sabia muito bem do que ele estava falando e foi por isso mesmo que eu fui embora. Eu dei indiretas sobre casamento e filhos e ele desconversou dizendo que ficaria muito feliz se nós fôssemos "namorados pra sempre" e que tem alergia a crianças. Odiei isso. Eu queria ter um mini Chris com cabelos pretos bagunçados e com olhos castanhos e queria casar com ele em Las Vegas e tal...
    - Meg, me ouve! Eu mudei de ideia! Eu quero ter uma mini Meg! E um mini Chris! E quero casar contigo em Vegas vestido de Elvis!
    Ou eu estou com problema de visão ou estou chorando porque de repente ficou tudo bem desfocado...
   - Eu te amo também, Chris!
   Bem nessa hora um caminhão decide buzinar. Merda.
  - O que você disse Meg?
  -  Ah Chris, entra no meu carro e vamos dar um amasso. O carro tá cheio de sacolinhas com coisas minhas mas dane-se. A gente se ama e se a gente não casar, beleza. Mas eu não vivo sem você!
  Se eu vou casar, ter filhos ou se a mãe chata do Chris vai aceitar tudo isso eu não sei mas eu estou beijando o cara que eu amo em cima de um tapete de lã egípcia e cara, quem faz isso?


Na sintonia de: Beauty and a Beat - Justin Bieber feat. Nicki Minaj 

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