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terça-feira, 3 de julho de 2012

Meus sete tons de cinza


Sou feliz na hora errada. Infeliz quando todos dançam.

  Depois de tanto chorar por sentir falta da dor, chegou o momento da dor regressar e se instalar de novo no corpo que já é totalmente dela. Ela começou com um formigamento bobo e desconfortável, depois de um tempo virou apertos no coração e no fim, ela era a mesma e conhecida dor de antes. Me rasgava por dentro, me fazia sangrar, me fazia sofrer, me dilacerava e tudo isso ela fazia discretamente. Só eu sentia, só eu percebia. Você quer sentir uma dor lacerante? Ame e não seja correspondida. Garanto que você irá entender a dor que eu sinto.
         Mas enfim, não vou falar exatamente da minha dor que já é uma velha conhecida mas vim falar que o arco-íris que antes habitava em mim, hoje continua tendo sete cores. Sete cores de cinza. Sete tons de cinza diferentes. Será que um dia alguém vai aparecer na minha vida com um balde de tinta e pintar meu arco-íris? Tô vazia... será que alguém um dia vai me trazer algo para me "encher"? Em algum momento da história eu abracei a dor e fiz com que ela fizesse de mim seu lar. A dor em si, não mata mas reduz a vontade de viver. Reduz a vontade de amar. Reduz muita coisa. Ainda mais a esperança de que dias claros e arcos-íris coloridos virão. Ainda não perdi toda a esperança mas eu já me acostumei com a ideia de ser o lar da dor. Pelo menos alguém ou algo volta pra mim.  

Na sintonia de: Paradise - Coldplay  

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